Depois de ter sido segundo classificado no prólogo no dia de ontem e de ter visto o seu principal adversário no campeonato, António Maio, perder mais de cinco minutos devido a um problema técnico com a sua moto, Patrão sabia tinha que tentar construir uma vantagem na frente da corrida o mais rapidamente possível. A mão lesionada em Góis podia impedir um ritmo forte ao longo dos mais de 380 quilómetros de corrida e tendo em conta todos esses factores o piloto de Seia atacou desde o arranque.
Rapidamente assumiu a liderança na pista, depois de passar Henrique Nogueira, e começou a aumentar a sua vantagem para uns expressivos quatro minutos no final do primeiro terço de corrida, na frente de Henrique Nogueira, Sebastian Buhler e Ruben Faria, pilotos que vinham logo atrás do campeão nacional, com António Maio a ascender à nona posição na mesma fase da prova, ele que tinha que ultrapassar muitos dos seus adversários pois foi o último piloto a partir.
Na fase intermédia da corrida a vantagem de Patrão subiu ainda mais, cifrando-se em mais de sete minutos após o quilómetro 305, mas agora na frente de António Maio que vinha mais atrasado na pista mas bastante rápido. Os quilómetros que separaram os dois pontos intermédios de cronometragem ditaram abandonos importantes, nomeadamente Henrique Nogueira, devido a uma forte indisposição que impediu o piloto do Porto de continuar em prova, enquanto que Ruben Faria caía na passagem pela terceira zona de assistência e abandonava com a clavícula direita partida.
Patrão estava assim mais confortável na frente da corrida, com Maio a ocupar agora a posição intermédia de pódio na frente de João Vivas e Sebastian Buhler, este o melhor entre os pilotos da categoria TT1, com um minuto e 51 segundos de vantagem para Domingos Santos, o seu principal adversário na luta pela vitória na classe.
Nos derradeiros 82 quilómetros de corrida António Maio anulou mais de dois minutos de atraso face a Mário Patrão, mas o piloto de Évora tinha mesmo que se render ao tempo perdido no dia anterior no prólogo para pelo segundo ano consecutivo perder o título nacional na Baja de Portalegre.
Mário Patrão fazia a festa no final na Herdade das Coutadas e vencia novamente a prova do ACP Motorsport, na frente de Maio e João Vivas, que assinou um excelente pódio na prova onde em 2013 venceu mesmo o prólogo.
Na luta pela vitória na classe TT1 Sebastian Buhler levou a melhor mas os derradeiros quilómetros de Domingos Santos foram feitos ao ataque e por apenas dois segundos o piloto alentejano não derrotou o alemão no duelo particular que ambos travaram. Santos fechou assim o lote dos cinco primeiros.
Na classe TT 3 a vitória pertenceu a Fausto Mota, o sétimo na classificação geral, com Salvador Vargas a vencer na Promoção ao ser 17º da geral e a dupla Eduardo Guerreiro e Giacomo Maccario a levarem a melhor nos veteranos que competem em equipas de dois pilotos.
A Baja de Portalegre 2014 mostrou-se mais uma vez decisiva na decisão do título nacional e encontrou no sucesso de Mário Patrão o recorde de vitórias, agora pertença do piloto da Suzuki, que é também o campeão nacional TT 2014.