Após um prólogo dominado pelos irmãos Teo e Roberto Vinaras, que vieram de Madrid para bater toda a concorrência nos pouco mais de cinco quilómetros do prólogo, a dupla espanhola não conseguiu no entanto materializar essa superioridade para os mais de 380 quilómetros de corrida, ao contrário de João Lopes, o quinto no prólogo de ontem.
No final dos primeiros 142 quilómetros de corrida João Lopes era já o líder da prova com 44 segundos de vantagem para Teo Vinaras, sendo estes seguidos por José Denis já a mais de quatro minutos. Nesta primeira fase da corrida abandonavam, Roberto Vinaras, António Ferreira, o melhor dos buggy no prólogo e também Nuno Tavares, campeão em 2013 e vencedor desta mesma Baja de Portalegre.
Com o acumular de quilómetros João Lopes continuou a aumentar a sua vantagem numa clara aposta de manter um ritmo forte numa prova onde nada tinha a perder. No final do segundo terço de corrida a vantagem de João Lopes era de quase sete minutos face a Teo Vinaras e mais de dez minutos para Bruno Martins, o melhor entre os Buggy aos comandos do seu Rage.
Na fase final da corrida João Lopes e Bruno Santos baixaram um pouco o ritmo quando sentiram que a embraiagem do seu Polaris começava a acusar alguns sinais de fadiga, fechando a corrida com quase oito minutos de vantagem face a Vinaras e quase 14 para Bruno Martins.
Com esta vitória João Lopes conseguiu dez anos depois voltar a vencer a prova do ACP Motorsport, ele que o tinha feito em 2004 então aos comandos de um moto 4. É também o único piloto a vencer a Baja de Portalegre em duas categorias distintas. Vinaras foi o segundo classificado na frente de Bruno Martins, que fechou o pódio com o melhor Buggy na frente de Carlos Miranda e José Denis.
Destaque ainda para a presença e o brilhante sexto lugar de Isidre Esteve na prova. O piloto espanhol sofreu um acidente há alguns atrás que o deixou paraplégico, na altura quando treinava de moto, e depois de ter estado em Portalegre em 2005 com a KTM a preparar o Dakar regressou à prova numa realidade totalmente distinta e aos comandos de um Polaris adaptado à sua condição física. No final o sexto posto foi um justo prémio para o catalão, um verdadeiro exemplo de vontade de viver e competir.