Volvidos dois anos, André Villas-Boas está de regresso à Baja Portalegre 500 e se na estreia, em 2016, pilotou uma KTM na prova de promoção (percurso mais curto), agora vai repetir a experiência, mas na totalidade do percurso.
“Quando cá estive a primeira vez, fiquei com a sensação de que poderia ter chegado mais longe, ou seja, fazer mais quilómetros, daí que agora optei pela prova completa. O objetivo é chegar ao fim, gerir o ritmo e divertir-me,” explicou o treinador de futebol, que em novembro do ano transato, ao fim de uma época, optou por não renovar contrato com os chineses do Shangai SIPG. Desde então, até porque logo a seguir decidiu estrear-se no Dakar, ao volante de uma Toyota Hilux (navegado pelo motard Rúben Faria), manteve-se afastado do futebol.
“Claro que o futebol não está colocado de lado... e embora seja habitual o mercado agitar-se no mês de janeiro, em princípio só em junho de 2019 deverei voltar ao ativo, a não ser, embora nunca haja certezas, que surja algo de muito importante. Portanto, agora tenho que carregar baterias com este ‘bicho’ antes de voltar ao futebol. Há que desfrutar destas coisas, porque será impossível fazê-lo quando voltar ao ativo na minha profissão.”
O entusiasmo crescente de André Villas-Boas pelas provas fora de estrada levou-o a adquirir um SSV, tendo participado no último Rali de Marrocos e com um notável resultado final: 6º.
“No ano passado, quando treinava para o Dakar com o Rúben ao volante de um SSV, fiquei entusiasmado e acabei por adquirir um. E depois de ter feito com ele uma prova do Campeonato Nacional, decidi este ano inscrever-me no Rali de Marrocos, que até correu muito bem. Consegui o quarto tempo no prólogo e depois, na prova, tivemos um problema de sobreaquecimento, mas nem foi de todo inoportuno, pois obrigou-nos a baixar o ritmo, com reflexos positivos no resultado final, o sexto lugar. Gostei muito, porque o SSV, a nível de condução, é muito intuitivo, competitivo e fácil de guiar, com custos muito inferiores aos de um automóvel. Uma pessoa diverte-se na mesma por menos dinheiro”.
Um eventual regresso ao Dakar em 2019 está, em princípio, fora de hipótese…
“Eu sou purista e para mim o facto de Dakar decorrer apenas num país [Peru], como sucederá na próxima edição, faz pouco sentido, fica demasiado comercial. Depois do acidente que sofri em janeiro último, o facto de agora mais de 70 por cento do traçado ser de areia e dunas, ainda me deixa mais reticente quanto a uma possível participação."