O checo Miroslav Zapletal foi o vencedor da 26ª edição da Baja Portalegre 500 num final emocionante. O piloto do Hummer H3 EVO, que era terceiro no último ponto de controlo, a quase 13 minutos do líder na altura, Boris Gadasin, acabou por recuperar todo o tempo e cortou a meta com 21 segundos de vantagem sobre Rui Sousa, segundo classificado e melhor português. O russo, por sua vez, acabou em terceiro depois de ter sofrido uma penalização de dois minutos por ter saído do percurso e, em vez de reentrar no mesmo local, fê-lo mais à frente.
A derradeira fase da Baja Portalegre 500 deste ano foi imprópria para cardíacos. Rui Sousa foi o primeiro a chegar à meta e, apesar de ter furado na fase final do sector seletivo, ainda se equacionou que a diferença para segundo e terceiro na chegada seria suficiente para ganhar. Mas nas contas finais, o piloto não conseguiu chegar à vitória – que lhe escapa desde 2000.
Gadasin acabou em terceiro e ainda não conseguiu completar a prova em Portalegre sem percalços. Para além dos problemas mecânicos no G-Force Proto que o atormentaram nos últimos quilómetros – cedência da transmissão dianteira, falha nos travões e quebra da alavanca da velocidades – o russo ainda foi penalizado.
No final, Miroslav Zapletal ainda nem tinha bem noção de que a vitória tinha sido mesmo sua. “Só queríamos chegar ao fim. Acabámos por vencer, foi muito bom. Gostámos muito do percurso mas estava muito difícil”, afirmou o piloto que participou em Portalegre pela sexta vez e concluiu a Taça do Mundo de TT em segundo.
Boris Gadasin não escondeu o descontentamento com o resultado. “Aconteceu-nos de tudo. Foi uma pena”, lamentou o piloto russo que considera esta “a melhor baja do Mundo”.
Rui Sousa, por sua vez, ficou muito contente por ter regressado ao pódio de uma grande prova internacional. “Estou satisfeitíssimo. Não estava à espera. No último sector furei e ainda parei sete ou oito vezes. O triunfo esteve perto mas não era o nosso objetivo. Queríamos concluir a prova e o segundo lugar foi um resultado importante. Creio que o conseguimos, também, devido à experiência neste tipo de condições”, afirmou o campeão nacional de 2004.
Com os pilotos estrangeiros em bom plano, foi outro checo, Zdenek Prizek, também com um Hummer, que concluiu a prova em quarto. Com uma toada muito constante, José Dinis Lucas acabou na quinta posição, a 20 minutos do vencedor.
Nas contas do campeonato nacional, Miguel Barbosa já se tinha sagrado campeão e o maior interesse estava na luta pelo vice-campeonato, com Ricardo Porém e Nuno Matos separados por três pontos. O piloto de Leiria acabou por ser mais feliz pois, como desistiram os dois, terminaram a prova com os mesmos pontos com que a iniciaram.
Na categoria T2, o triunfo foi para Reinaldo Varela, em Mitsubishi Pajero. O piloto brasileiro terminou a fase seletiva em segundo mas acabou por beneficiar com a penalização de nove minutos do seu compatriota e campeão brasileiro de TT, Marcos Moraes, que acabou em segundo. João Cardoso ficou no último lugar do pódio.
Classificação na Baja Portalegre 500: 1º Miroslav Zapletal/Maciek Marton, Hummer H3EVO, 5h46m28s; 2º Rui Sousa/Carlos Silva, Isuzu D-Max, a 21s; 3º Boris Gadasin/Alexey Kuzmich, G-Force Proto, a 2m13s; 4º Zdenek Prizek/Marek Sykora, Hummer H3 EVO, a 11m41s; 5º José Dinis Lucas/Luís Tirano, Mitsubishi Pajero DiD, a 20m00s; 6º Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, Mitsubishi Pajero, a 28m44s; 7º Marcos Moraes/Du Sachs, Mitsubishi Pajero, a 29m48s; 8º João Cardoso/Luís Marques, Nissan Navara, a 35m23s; 9º Carlos Almeida/Ricardo Mendonça, Nissan Pathfinder, a 43m39s; 10º Edgar Condenso/Nuno Silva, Isuzu D-Max, a 53m24s.