A Baja Portalegre 500 só por si é já uma prova incontornável nas agendas da grande maioria dos pilotos, mas este ano é o ainda mais. Numa situação não muito habitual, a mais antiga e mais prestigiada prova de Todo Terreno do País vai decidir praticamente todos os títulos em disputa.
Ou seja, um furo, um pequeno desaire, ou um mero segundo podem marcar a diferença entre a glória e um ano inteiro de trabalho e dedicação deitado por terra.
Começando pelos Carros, a época de estreia da Taça do Mundo de Ralis de Todo Terreno – Bajas da FIA, não podia estar mais competitiva, com três pilotos na luta pela coroa. O russo Vladimir Vasilyev chega a Portalegre na frente do Mundial com 112 pontos, mas sem margem para o mais pequeno deslise. Isto porque, o argentino Orlando Terranova surge colado a um simples ponto de distância. E, como se tal não bastasse, o polaco Jakub Przygonksi fecha o pódio com 109 pontos.
Resumindo, o título só será conquistado por aquele que levar a melhor sobre os outros dois.
Em termos de Campeonato de Portugal de TT o panorama não é muito diferente, também com três pilotos em luta pelo título. Contudo, aqui o líder tem mais margem.
Alexandre Ré surge na frente com 85 pontos, enquanto Tiago Reis e Pedro Dias da Silva estão empatados com 65. Mas há ainda pontos a deitar fora para Ré e Dias da Silva, o promete ainda mais emoções.
Mas este não será o único ingrediente de interesse no que toca aos pilotos nacionais, já que qualquer um destes três está inscrito no Evento FIA e pode, naturalmente, roubar importantes pontos aos três primeiros da Taça FIA de Bajas. Como se tal não bastasse, também João Ramos e Miguel Barbosa podem ter o mesmo tipo de influência, se bem que a destes dois pode ainda afetar a luta a nível nacional.
Tudo em aberto nas motos
Ao rubro promete estar também a competição nas Motos, Quads e SSV. Na classificação absoluta das duas rodas Daniel Jordão é o líder (105), com Salvador Vargas a 13 pontos e Bernardo Megre a mais seis de distância. Margens curtas que deixam antever, tal como em outros anos, lutas muito emocionantes até ao último quilómetro com todos os pilotos a darem o que têm, e não têm, para chegarem ao título.
Já nos SSV as decisões fazem-se a quatro. Pedro Santinho Mendes chega em vantagem, com 97 pontos, e a verdade é que até pode vir a beneficiar do facto de três rivais em condições de chegar à coroa. Isto porque Pedro Carvalho (78), Vítor Santos (76) e João Monteiro (71) estão separados entre si por apenas sete pontos e podem muito bem acabar por se perderem numa luta mais direta entre si e deixar algum espaço para Santinho Mendes levar a cabo uma prova mais tranquila. A ver, o desenrolar da prova o dirá.
Enquanto isso, os Quads é a categoria com menos candidatos à glória. Luís Engeitado defende a liderança da classificação (125 pts) seguido do recordista de vitórias na Baja, Roberto Borrego (100), em segundo. Uma margem algo confortável, mas nem por isso imbatível, ainda para mais com “Beto” Borrego seguramente apostado em assinar o oitavo triunfo na prova do ACP.
Mas há ainda mais uma semelhança com o que se passa nos carros. É que também nas motos há pilotos sem aspiração ao título, mas que podem influenciar de forma determinante o resultado final. São eles António Maio e Sebastien Bülher, nas duas rodas, e Ruben Faria nos SSV.
Ingredientes mais que suficientes para garantir um fecho de temporada de Todo Terreno repleto de emoções fortes.