Krzysztof Holowczic conquistou a terceira vitória na Baja Portalegre 500 nos Autos, em três participações, juntando o último êxito aos sucessos obtidos em 2010 com uma Nissan Overdrive e em 2013 quando levou o Mitsubishi Racing Lancer ao lugar mais alto do pódio.
Três triunfos marcantes, mas no caso da edição de 2021, com um sabor especial pois permitiu ao piloto polaco conquistar também a Taça da Europa FIA de Bajas Cross-Country. No rescaldo da sua participação, já em Portalegre, Holowczic revisitou o passado, mas também fez questão de abordar o presente, identificando as principais dificuldades por que passou até chegar à vitória, ao mesmo tempo que deixou um elogio aos pilotos portugueses: “este é um rali muito interessante, com toda a certeza. É sempre aqui que termina o campeonato. Lembro-me, há sete anos, esta prova ia decidir quem venceria o campeonato. Nesta edição, aconteceu o mesmo. Começámos a baja com a consciência de que tínhamos de ganhar para sermos campeões. Nunca é fácil, uma situação destas. Os pilotos aqui são extremamente rápidos. Sabemos que há bastantes pilotos que andam bastante depressa. Já o ‘Nani’ Roma me dizia que eu ia ver que correr aqui é exigente porque os adversários são rápidos. Vimos, na especial de qualificação, que também conseguíamos ser rápidos, mas, depois, o Tiago Reis mostrou-nos a sua velocidade no segundo setor seletivo. Assim, no dia de hoje, decidimos que tínhamos de entrar em modo de ataque máximo. Correu tudo muito bem. O piso estava bastante escorregadio, mas tínhamos um excelente ‘setup’ no carro para estas condições. Conseguimos ganhar uma vantagem importante. Depois, o Tiago mostrou-nos, novamente, muita velocidade. O nosso chefe de equipa disse-nos, entretanto, que tínhamos de nos preocupar em segurar o resultado. Essas situações são mais difíceis, principalmente neste tipo de condições. Mas estamos aqui e vencemos a prova, que é o mais importante”.
Com um vasto palmarés, onde se inclui um título de Campeão Europeu de Ralis, várias participações no WRC e também no Dakar, Krzysztof Holowczic não se escusa a comparar esses mundos tão diferentes, a propósito da dureza da Baja Portalegre 500: “esta foi, sem dúvida, uma prova difícil. Mas como já fiz o Dakar dez vezes, isso torna tudo mais relativo. Ainda assim, no último dia de prova, com dois setores tão longos, com 150 e 200 quilómetros, foi um verdadeiro desafio, para pilotos e carros. Estivemos que estar concentrados durante três horas. É imenso. Eu venho do WRC e os períodos de concentração máxima são de 20 minutos, meia hora no máximo”.