425 equipas de 22 nacionalidades vão estar em competição nos 35 anos da Baja Portalegre 500, uma das mais emblemáticas provas de todo terreno da Europa e a única da Taça do Mundo Bajas FIA e Bajas FIM em Portugal.
Entre Automóveis, Motos, Quads, SSV, Promoção / Hobby e Mini Baja, a 36ª edição da Baja Portalegre 500 conta com 425 inscritos, com o Automóvel Club de Portugal a ver-se obrigado a limitar as inscrições para garantir as condições de segurança. Pela cerimónia de partida, na noite de quinta-feira, no centro de Portalegre, vão passar 100 concorrentes dos automóveis, 115 motos, 90 SSV, 41 quads, 55 da Promoção / Hobby e 24 da Mini Baja.
Num ano de seca histórica, as chuvas dos últimos dias poderão devolver alguma lama ao percurso de 473,50 quilómetros cronometrados para os automóveis (num total de 668,27 quilómetros) e de 425 quilómetros cronometrados para as motos, SSV e quads (total de 587,71 quilómetros). A competição começa com o Prólogo na Herdade das Coutadas, na manhã de sexta-feira, antes de um setor seletivo com 70 quilómetros cronometrados. No sábado, os automóveis têm mais dois setores seletivos (de 200 quilómetros cada), enquanto as motos, SSV e quads percorrem um setor único, com 335 quilómetros de extensão. O NERPOR continua a ser o centro operacional da prova e local da conferência de imprensa final (prevista para as 18h00 de sábado) e da cerimónia de entrega de prémios (20h30).
Ano após ano, a Baja Portalegre 500 é emoldurada por largos milhares de aficionados, que transformam a prova alentejana numa genuína festa do todo terreno. E a elite internacional não é insensível ao carisma de Portalegre que, ao longo dos anos, atraiu vários nomes icónicos do desporto motorizado, de Vatanen a McRae, de Sainz a Peterhansel, de Masuoka a Holowczyc, de Castera a Magnaldi ou Sainct, entre tantas outras estrelas que, anualmente, se juntavam aos melhores pilotos portugueses de TT, das duas e das quatro rodas.
Uma tradição que vai continuar em 2023, pois a FIA já confirmou a Baja Portalegre 500 no calendário da Taça do Mundo da próxima época, com a prova do ACP a disputar-se entre 26 e 28 de outubro.
Portugueses entre os favoritos
Este ano, a Baja Portalegre 500 será pontuável para um total de 12 categorias da Taça do Mundo FIA de Bajas e da Taça do Mundo FIM de Bajas, além dos campeonatos nacionais sob a égide da FPAK e da FMP. Nos automóveis, a prova portuguesa será a antepenúltima ronda da Taça do Mundo, onde Yazeed Al-Rajhi tenta destronar o checo Miroslav Zapletal da liderança, com o saudita a levar o número 1 nas portas da Toyota Hilux em Portalegre. O holandês Kees Koolen e o espanhol Fernando Alvarez, ambos com os Can Am da South Racing, também estarão em Portugal para discutir o terceiro lugar na Taça do Mundo, onde estão separados por dois pontos.
Na edição deste ano, há vários portugueses no papel de favoritos à vitória nos automóveis. Desde logo, João Ferreira, a jovem revelação do TT nacional, que se sagrou campeão da Europa de Bajas e que venceu também o Campeonato de Portugal de TT. Será a quarta participação do piloto do MINI JCW em Portalegre, a segunda com um T1. A não querer perder louros, Ricardo Porém, o único piloto a ganhar a Baja Portalegre 500 quatro vezes seguidas (entre 2014 e 2017), estará ao volante de uma Volkswagen Amarok. O piloto de Leiria tem nova oportunidade para igualar o recorde de cinco triunfos de Filipe Campos na clássica alentejana. Outro ex-campeão nacional, Tiago Reis (Toyota Hilux), também já mostrou que pode discutir a vitória em Portalegre, o mesmo se aplicando a João Ramos (Toyota Hilux), Alejandro Martins (MINI JCW) e Miguel Barbosa, que estreia a Toyota Hilux da Overdrive com que Nasser Al-Attiyah se sagrou campeão do Mundo de Rally-Raids.
Os 35 anos da Baja Portalegre
Em abril de 1987, o 1.º Rali Maratona de Portalegre inaugurou uma nova era no todo terreno em Portugal e na Europa. Nesse ano, António Bayona resistiu à incrível odisseia de Portalegre, vencendo a prova dos automóveis com um Mitsubishi Pajero de série, enquanto Paulo Marques e Marcos Carvalho dividiram a pilotagem de uma Aprilia RX 250, triunfando nas motos.
Trinta e cinco anos depois, o apelo da Baja Portalegre 500 continua a ser irresistível para muitas centenas de pilotos de todas as idades e proveniências, que fazem questão de enfrentar a dureza e o desafio da 'clássica das clássicas'.