Absolutamente incrível! Por um escasso décimo de segundo, António Maio (Yamaha) conquistou a 8ª vitória na Baja Portalegre 500! E isto depois de 414,21 quilómetros de percursos cronometrados, com pisos que alternaram entre o seco e a lama, a travessia de cursos de água e as dificuldades habituais nos trilhos do Alto Alentejo. “Estou muito feliz mesmo”, começou por sublinhar o heptacampeão nacional de todo terreno. “Fazer história em Portalegre é muito bom. Já perdi esta prova e o campeonato por um segundo. Já me aconteceu de tudo nesta corrida. Por isso, ganhar por uma décima é uma vitória, ainda para mais por estar a festejar os 20 anos de carreira. Quero agradecer à minha família, aos meus amigos e aos patrocinadores que me têm acompanhado ao longo destes 20 anos, alguns deles desde sempre. Mas quero também dedicar a vitória ao Armindo Neves”, piloto que recentemente faleceu no Africa Eco Race.
Apesar de um décimo de segundo ter impedido a estreia no lugar mais alto do pódio, Martim Ventura (Yamaha), o brilhante segundo classificado, não conseguiu disfarçar emoções contraditórias: “Não sei o que dizer… Tenho de ficar feliz pelo ritmo e por mostrar que consigo ‘dar cartas’ nos próximos anos. Ontem, fui o mais rápido na pista claramente, mas levei uma penalização de dois minutos… É o que é, mas estou orgulhoso de estar aqui a lutar com o Maio, que acompanho desde os meus 7, 8 anos. Há 10 anos nunca pensei que isto pudesse acontecer, mas trabalhei e por uma decimazinha não consegui. Mas estamos cá para o ano e vamos ver o que vai acontecer.”
Um duelo de dois extraordinários pilotos, de diferentes gerações, que entrou na História da Baja Portalegre 500, com a mais escassa diferença registada entre os dois primeiros classificados.
O lugar mais baixo do pódio foi ocupado por Gustavo Gaudêncio (Honda), enquanto Miguel Castro (KTM) e Daniel Jordão (Husqvarna) fecharam o quinteto da frente.