Tio de Francisco Nunes, jovem promessa das motos de TT, o conhecido ator Rui Porto Nunes participou nesta edição da Baja Portalegre 500, acompanhando o sobrinho na prova da Mini Baja. Um papel que, como o próprio confidenciou, foi difícil de representar, porque neste palco o protagonismo vai todo para o pequeno ‘Kiko’.
Rui Porto Nunes é mais conhecido do público pelas presenças em televisão, principalmente em séries juvenis como “Morangos com Açúcar” ou “Lua Vermelha”, onde ganhou notoriedade no papel de um vampiro que se apaixona por uma humana. Menos conhecida é a sua paixão pelas duas rodas, que começou pelo ciclismo e estendeu-se ao mundo do todo-o-terreno, tendo, inclusive, participado em provas do campeonato nacional, representando as cores da Yamaha. Curiosamente, em 2013, Rui Porto Nunes chegou a fazer equipa com uma lenda da Baja Portalegre 500: António Maio, o recordista de vitórias na prova do ACP (oito).
Desta vez, o regresso de Rui Porto Nunes a Portalegre (distrito que o viu nascer e crescer) deveu-se a uma causa igualmente ‘nobre’: acompanhar em pista o sobrinho, Francisco Porto Nunes, que voltou a disputar a Mini Baja e que tinha acabado de se sagrar Campeão Nacional de Infantis.
Mas como os pilotos não se medem aos palmos, Rui Porto Nunes confidenciou que foi muito complicado manter o ritmo do jovem Francisco. “Foi muito difícil acompanhá-lo! Em tudo o que eram zonas ‘enroladas’, com regos ou grandes valas, ele ia-se embora com facilidade. Só nas partes rápidas é que eu conseguia recuperar algum terreno. Nas partes mais lentas era quase impossível manter o ritmo. A partir dos 20 km, com a passagem dos carros e das motos, o terreno estava muito difícil e perigoso. A acumulação de lama muito barrenta tornava o piso especialmente escorregadio, mas ele punha-se de pé na moto e ia-se embora. Só o consegui apanhar já na ZE. O Francisco ainda deu uma queda na água e deixou a moto ir-se abaixo uma vez, mas andou muito, mas mesmo muito bem”, confessava o tio, visivelmente orgulhoso.
Por razões de segurança, a presença dos acompanhantes é obrigatória nos Infantis e opcional nos restantes escalões etários até aos Juvenis. “Estes miúdos andam todos muito bem e muito depressa. Para quem está a acompanhar, não é nada fácil manter o ritmo e a proximidade”, apontou o ator e piloto.
Já Francisco Porto Nunes, com um sorriso maroto, confirmava a odisseia: “Consegui fugir do meu tio e até me assustei quando, numa parabólica, conseguia ver o que estava para trás, e não o vi a ele. Pensei logo que ele tinha caído e até já imaginava que ia chegar à meta sozinho, mas ele conseguiu apanhar-me nos últimos quilómetros, quando chegaram as grandes retas”.
Feitas as contas, ‘Kiko’ (nome de ‘guerra’ do pequeno Francisco) confirmou o título nacional que já era seu e fez o melhor tempo entre os concorrentes da classe MB1 e o 11º à geral, um resultado notável para uma jovem promessa. Quanto ao tio, ficou a certeza de continuar a apostar na carreira como ator, mas também de regressar à Baja Portalegre 500 numa próxima edição. Se como auxiliar ou protagonista, só o futuro o dirá...