Bruno Santos pegou numa moto aos 12 anos e nunca mais quis outra coisa. Fez a sua primeira corrida oficial em 2010 e este ano, após três pódios na Baja Portalegre 500, chegou à tão ansiada vitória na mais emblemática das provas nacionais. Agora, já de olhos postos no Dakar, relata como viveu esta 37.ª edição e a alegria do triunfo.
Apesar de há muito sonhar com uma vitória na Baja Portalegre 500, Bruno Santos começou esta edição de forma muito cautelosa. “Noto que este ano cometi poucos erros. Claro que pensava em atingir um bom resultado, mas andei sempre com muita cautela. Em janeiro tenho de estar a 100% para o Dakar e não queria correr o risco de me lesionar ou de ter algum problema de ordem física. Por isso, como referi, andei mais cuidadoso e abordei o primeiro setor seletivo de forma algo cautelosa. No entanto, à medida que a prova foi evoluindo, e com os problemas que afetaram o António Maio, acabei por me entusiasmar e ficar ainda mais motivado para tentar chegar à vitória”.
O piso, admite, estava muito divertido, mas algo traiçoeiro. “Muita lama, muito barro... estava realmente difícil e pouco permissivo com falhas de condução. Como em todas as provas, é sempre preciso uma pontinha de sorte e, desta vez, ela esteve comigo”.
Apesar de experiente, Bruno Santos só começou a competir em 2010. “São muitos anos a andar de moto ao mais alto nível. Muitos anos a evoluir. Mas eu comecei a andar de moto ao nível competitivo já relativamente tarde e até há algum tempo não imaginava sequer que um dia estava aqui e vencia uma Baja tão emblemática como esta. Já obtive três pódios em Portalegre e, naquela altura, cada um deles sabia-me a vitória, porque não imaginava que um dia pudesse mesmo ganhar”.
Este é momento muito especial para o bicampeão nacional de TT Rally Raid em 2018 e 2019. “Hoje, ter cruzado a meta em primeiro lugar é verdadeiramente especial. Em particular nesta Baja de Portalegre. Quem anda de moto sabe que esta Baja é única. Já aconselhei diversos amigos a, pelo menos uma vez na vida, fazerem a prova, para viverem a mística que a prova tem, o público fantástico e por todo o apoio que nos dão ao longo do percurso. É um ambiente único, vibrante e imperdível”.
Se concretizar o desejo fazer o Dakar, 2023 será um ano de ouro para Bruno Santos. “São dois grandes sonhos que concretizo este ano: vencer a Baja Portalegre 500 e, se tudo correr como previsto, ir ao Dakar. Gostaria de dedicar esta vitória à minha família, que sempre me apoiou, e em especial à minha esposa que tem sido uma companheira fantástica e que foi crucial para conseguir chegar ao nível em que estou neste momento. E também não me posso esquecer de um amigo que, infelizmente, nos deixou. Ele costumava estar sempre aqui à minha espera e tenho pena de ele não estar cá. Mas pensei muito nele ao longo de toda a prova...”.